segunda-feira, 28 de março de 2011

Portugal - Medicamentos falsificados com "acréscimo alarmante"



O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) alertou doingo, em Coimbra, para o "acréscimo alarmante" de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento, relativamente à sua identidade, história ou origem. Na abertura da Reunião Anual do Colégio da Indústria Farmacêutica, que debate até terça-feira a segurança na cadeia do medicamento, Carlos Maurício Barbosa salientou que, neste momento, se assiste a "um flagelo", mesmo ao nível da saúde pública, avança o Diário de Coimbra.

Importa, por isso, estar atento à "complexa cadeia", desde a origem à distribuição, para garantir a qualidade do produto e a segurança do doente, sublinhou o bastonário, acrescentando que a entrada em funcionamento do Tribunal de Propriedade Industrial é um instrumento que se vai revelar "importante" para os fabricantes.

A problemática da contrafacção de medicamentos é um dos temas centrais do encontro e, a este propósito, marcará presença, no encerramento da reunião, a eurodeputada Marisa Matias, relatora da proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu para impedir a introdução de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento.

O bastonário da OF está certo que a "presença simultânea" de novos medicamentos e de genéricos é "perfeitamente conciliável". O que se pode poupar nos produtos sem marca poderá ajudar a "libertar recursos para terapêuticas mais complicadas", defende, criticando, por outro lado, a estratégia de importação do Infarmed.

Má gestão


Carlos Maurício Barbosa acusou a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) de "má gestão", no gasto, em 2010, de 40 milhões em autorizações de utilização especial de medicamentos, ou seja, em importações. Carlos Maurício Barbosa adiantou que, pelo menos, 20 milhões de euros escusavam de ter saído dos cofres do Estado, uma vez que "boa parte" desses fármacos "podia ser produzida em Portugal", caso o Infarmed tivesse permitido aos fabricantes "pequenas" actualizações de preços.

Ao verem negado esse propósito, que, garantiu o bastonário, representava alterações de alguns cêntimos para o bolso do consumidor, várias indústrias de produção tiveram de tirar medicamentos do mercado. "Acaba por sair muito mais caro ao Estado. É claramente uma má gestão", reforçou.

Em Portugal existem cerca de 800 farmacêuticos na indústria – 441 especialistas -, resultado de um "crescimento permanente" e da renovação de quadros. De acordo com o bastonário da OF, "a indústria farmacêutica é caracterizada pela multiplicidade de valências", que obriga os profissionais a ter "uma grande capacidade de adaptação" às "mudanças e novas circunstâncias".

Nos tempos da globalização, o sector está em condições de levar o nome de Portugal mais longe, até porque, sublinhou o bastonário, "os produtos portugueses são altamente reputados no exterior", por isso, a estratégia dos industriais deve passar pela internacionalização, a começar pelos PALOP (Países Portugueses de Língua Oficial Portuguesa), concluiu.

O Diário de Coimbra tentou obter uma reacção do Infarmed relativamente às acusações do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, sem sucesso.

fonte: http://www.rcmpharma.com/news/12545/51/Medicamentos-falsificados-com-acrescimo-alarmante.html

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