terça-feira, 22 de novembro de 2011

Público precisa se preocupar mais com novos antibióticos, diz cientista

Ameaçados pela resistência das bactérias, remédios são essenciais.
Indústria farmacêutica reduziu os investimentos nesse setor.

A categoria médica do mundo inteiro está cada vez mais preocupada com a importância do surgimento de novos antibióticos. Várias operações que parecem simples são impossíveis sem esses remédios, e o cenário atual coloca a existência deles em xeque.

O grande problema é que algumas bactérias estão criando resistência aos medicamentos que hoje existem. Um exemplo disso é a variação da Eschericha coli que causou um surto na Alemanha e matou mais de 40 pessoas nos meses de maio e junho.

Em um artigo publicado na edição online da revista médica “Lancet Infectious Diseases”, Laura Piddock, da Faculdade de Imunidade e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, avalia a situação como urgente.
Na visão dela, o público não tem dimensão da importância dos antibióticos porque tem acesso muito fácil a eles. “Antibióticos não são vistos como essenciais à saúde ou à prática da medicina, embora salvem vidas de forma que os indivíduos possam viver muitos anos depois da infecção”, defende a pesquisadora.

Há dois anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou a resistência aos antibióticos como uma das três maiores ameaças à saúde. Ainda assim, a pesquisadora vê a resposta dos políticos, da mídia e do público como insuficiente.

“Como a falta de antibióticos afeta a todos, levar essa questão da esfera médica para o olhar público é essencial, porque estimula os governos a agirem”, acrescenta Piddock.

A especialista fala também sobre a falta de interesse da indústria farmacêutica em investir nesse setor. Os tratamentos à base de antibióticos costumam ser curtos e a resistência das bactérias é desenvolvida rapidamente, o que diminui o lucro gerado pelo remédio.

“As companhias farmacêuticas precisam reconhecer que muitos remédios caros em seus portfólios podem ser inúteis se os pacientes tiverem infecções fatais. Portanto, o retorno do investimento em produtos que tratam cânceres ou doenças crônicas depende, em parte, do tratamento eficaz das infecções. Só isso já deveria ser incentivo suficiente para as companhias farmacêuticas continuarem a desenvolver antibióticos”, raciocina.

fonte: G1

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário